O outro lado

Esses dias, antes de dormir, estava pensando em como minha vida mudou nos últimos 9 meses.
Eu passei de mãe e dona de casa para mãe, meio dona de casa e profissional.
Nos último 4 anos, eu havia me dedicado completamente a minha familia, a minha casa, e assim, esqueci de mim, deixei de lado minhas ambições, minhas vontades, e vivi para o bem estar dos filhos e do marido.
Foi ruim? Não!
Faria de novo? Sim!
Teve dias em que eu queria fugir? Sim!
Houveram dias que em nem o pijama tirei? Sim!
Mas meu coração, estava insatisfeito, eu me olhava no espelho e enxergava apenas aquela pessoa que servia, que se doava, e isso começou a me incomodar.
Comecei então a orar, pedindo a Deus que me desse uma orientação, que acalma-se meu coração, e que tudo se resolvesse no melhor tempo.
Claro que, eu não conseguia cogitar a idéia de voltar ao mercado de trabalho com o Isaac tendo apenas 3 meses, mais eu queria outra rotina.
E então, algumas coisas foram acontecendo, nossa empresa deslanchou e eu pude então voltar a trabalhar fora.
No começo eu trazia o branquelo comigo, trazia o almoço, as frutas, o suco e todo aquele acampamento que um bebe precisa rs.
Eu alternava entre os cuidados com ele e o trabalho, e conseguia desempenhar bem os dois papéis, até que ele começou a ficar irritado, diminuiu a quantidade de comida, estava choroso, e então decidi que iria fazer Home Office.
Mas, eu precisava vir pro escritório, e então, Deus mais uma vez, confirmando minha decisão, me ajudou, mandando a Tia Eliete, que cuida do Isaac em casa.
Minha rotina mudou loucamente, acordo as 5:30 pra preparar lancheira, mochila, dar cafe para as meninas e colocar na perua.
Passo o dia todo no escritório, chego em casa, dou banho, brincamos um pouco e logo eles dormem, o que muitas vezes me trazia uma culpa enorme, mesmo dedicando o final de semana todo a eles.
Mas, hoje, 9 meses depois, percebo como eu me tornei uma mãe melhor, não porque passo menos tempo com eles, mas porque, hoje sou realizada também, tenho tempo para um almoço, consigo conversar sobre outros assuntos e posso afirmar que sou mais feliz!
Não me sinto culpada, porque já vivi o outro lado da moeda, e sei o quão exaustivo e muitas vezes frustrante é o dia a dia de uma mãe que não trabalha fora.
Por isso, incentivo você a procurar um meio para também conseguir trabalhar fora, ver outras pessoas, ter outras preocupações, e sem culpa viu amiga, porque os filhos crescem, e depois, quem nós seremos?

Um beijo grande!